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A velhice que eu habito
descrição
Como é duro e, ao mesmo tempo, gratificante desobedecer! Por aí tracei meus caminhos.
Os traços de Ivone irradiam vida, luta, justiça e esperança. Tornou-se freira aos vinte e dois anos, optou por viver ao lado daqueles que mais necessitam, foi silenciada pelo Vaticano, é feminista e favorável à legalização do aborto. São mais de sete décadas vivendo a desobediência com a energia dos adolescentes que teimam em acreditar na esperança e num mundo menos desigual e opressor. Neste livro, Ivone reflete sobre o seu agora: habitar a velhice, nas suas palavras, enquanto a lucidez ainda a habita. E o faz desenhando seu próprio traço: nomeando o envelhecer numa sociedade que não aceita e não cuida dos seus mais velhos. O mundo capitalista inventou muitas atividades para idosos, mas nenhuma que preencha o vazio que se apossa de muitos de nós. O que é mesmo este vazio que poucos ousam enfrentar e partilhar?
Generosa, Ivone compartilha conosco uma vida que tem sido vivida integralmente e na sua integridade: na troca com o próximo, nas amizades, no diálogo com a filosofi a, no exercício cotidiano do ecofeminismo, no método das perguntas, numa casa-corpo que não se dobra diante das opressões. Numa ética em que me convidava a uma coerência de vida para além dos discursos religiosos .
Somos responsabilidade coletiva , ela diz. E é nesta frase que toda a sua vida transborda e nos afeta.
"(...) tenho aprendido muito com essa ativista que considero uma das maiores filósofas brasileiras da atualidade. Assim sendo, só posso recomendar este livro com muita insistência e agradecer a possibilidade deste novo encontro afetuoso e inteligente com essa pensadora, que modestamente se coloca, como afirma em suas próprias palavras, em busca de algum reflexo da luz das estrelas hoje , mas que, a meu ver, nos traz muito mais luz e esperança do que imagina!"
Trecho retirado do prefácio deste livro, assinado por Margareth Rago, professora titular do Departamento de História do IFCH da UNICAMP.