Capa
Black Hole
descrição
Vencedor do Eisner Award de Melhor Álbum de 2006 e de nada menos que nove Harvey Awards e outros dois Ignatz Awards, além do prêmio Les Essentiels d’Angoulême (2007), Black Hole é a mais importante graphic novel de Charles Burns.
Publicada de forma seriada durante uma década, foi reunida em 2005 para aclamação mundial e reforçou o lugar do artista como o mestre dos quadrinhos independentes de horror. O obstinado terror existencialista da obra de Burns é composto apenas pelo trabalho em pincel, de alto contraste em preto e branco, que presta homenagem ao horror sutil dos primeiro filmes do gênero, e desde cedo se tornou um dos estilos mais reconhecidos de toda a arte sequencial contemporânea, instantaneamente familiar assim que é visto em alguma antologia ou na capa de revistas como New Yorker e The Believer.
Black Hole se passa nos arredores de Seattle, extremo noroeste dos Estados Unidos, em meados da década de 1970, quando uma praga inominável e traiçoeira se alastra entre os adolescentes locais através do contato sexual e parece não poupar ninguém.
Ela se manifesta de maneira diferente em cada um dos infectados — enquanto alguns apresentam apenas manchas na pele, algo sutil e fácil de ocultar, outros se transformam em grotescas aberrações, vagas lembranças do que foram um dia. E uma vez que você foi contaminado, não há mais volta. Para estes seres monstruosos, não há alternativa além do autoexílio em acampamentos precários, na floresta que circunda a região.
Conforme vamos nos familiarizando com os diversos protagonistas da história — garotos e garotas que foram infectados, outros que não foram e aqueles que estão prestes a ser —, o clima de horror, delírio e insanidade toma conta dos adolescentes.
Black Holeapresenta um retrato soberbo e inquietante da alienação dos tempos colegiais, repleto de selvageria e crueldade e hormônios à flor da pele, que dialogam com a angústia, o tédio e as necessidades mais profundas de nossa própria aceitação que dominam essa época da vida.
Hipnótico e aterrador, a graphic novel que consagrou Charles Burns transcende seu gênero ao explorar com habilidade um momento cultural específico americano, quando não era mais bacana ser hippie, e David Bowie ainda era um pouco estranho para estes jovens, a liberdade sexual começava a se transformar em um pesadelo e a vida adulta cobrava o seu preço pelos traumas reais da infância — traumas da perda e da sensação de absurdo existencial.