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Desejos ingovernáveis: Rimbaud e a Comuna de Paris + Uma estação no inferno de Arthur Rimbaud
descrição
Visões poéticas, assim como as verdadeiras transformações políticas, são resultado de um lento e racionado esforço quase monstruoso que vem, ao mesmo tempo, do corpo e da imaginação. Como as estações, as visões e as revoluções vão e vêm.
Não estamos, portanto, diante de um poema descritivo, mas de um poema crítico. Uma crítica da história da França que, às vezes, extravasa e pretende abarcar todo o Ocidente. Rimbaud não descreve, ele delira as raças e os continentes contra a história demasiado real de uma raça de cérebro estreito que tirava o coro de bestas ferozes, pregava o batismo e fazia os outros trabalharem. Uma raça imperialista de colonizadores, de homens que se tomam por fortes, mas são brutais; uma raça branca que faz o narrador declarar pertencer a outra raça, inferior para toda a eternidade.