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História potencial: desaprender o imperialismo
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“Aqui precisamos de um ato de imaginação, que nos permita lembrar que a esfera política pode ser diferente, e não só consistir em governantes e governados, agressores e vítimas, brancos e não brancos, outorgantes e requerentes de direitos. Um ato de história potencial veria os descendentes dos agressores na posição em que seus ancestrais deveriam ter estado quando os crimes foram cometidos – a de devolver o que foi tomado e implorar para ter um lugar no mundo compartilhado.”
Para Ariella Aïsha Azoulay, fazer história potencial significa recusar a busca irrefreável pelo novo e afirmar um compromisso com os mundos destroçados pelo domínio imperial – dos povos originários nas Américas ao povo Bantu subjugado por Leopoldo ii do Congo, do povo palestino desterrado aos migrantes mexicanos nos Estados Unidos. Trata-se de levar o passado a sério, não como uma relíquia a ser trancada num arquivo, exposta nas vitrines de um museu ou dissecada por especialistas em uma biblioteca, e sim como uma proposta política sobre como podemos viver uns com os outros. Esta edição da obra, que consiste numa seleção de capítulos do original em inglês, focaliza a tese da autora sobre essa outra maneira de fazer história, que, segundo ela, não é uma “nova” maneira, apenas a recuperação e a consideração rigorosa de um conjunto de estratégias empregadas há centenas de anos por povos hoje silenciados.