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Índios no Brasil: Vida, cultura e morte
descrição
Libelo em prol dos povos indígenas
Este livro deve ser lido como um manifesto que grita pelo respeito aos Direitos Humanos e a preservação dos povos indígenas no Brasil. Através de um conjunto de textos e imagens publicados nesta coletânea, alertamos para a conivência do Estado e de segmentos da sociedade brasileira com a execução um plano silencioso de destruição das bases essenciais de vida e cultura das comunidades indígenas brasileiras. Silencioso, nem tanto, talvez mais adequado seja a expressão “secular”.
Os textos alertam para uma complexa interação de fatores herdados do colonialismo, do racismo e do capitalismo selvagens. No formato de ensaios apresentamos distintas visões interpretadas através da lente do direito, da história, da antropologia, da geografia, da arquivologia e da iconografia. Vários autores falam em nome de suas comunidades [indígenas] que carecem de lugares e público.
As imagens aqui reproduzidas – do Arquivo Nacional, do Instituto Hercule Florence e acervos pessoais - não são meras ilustrações. São vestígios da história de um povo, elementos de denúncia de um etnocídio secular que corrói as poucas comunidades indígenas que ainda existem. Alguns exemplares já não estão entre nós, são agora legendas. Se alguns grupos ainda existem, são sobreviventes.
Leiam e, como cidadãos brasileiros, indignai-vos! (Maria Luiza Tucci Carneiro Historiadora e Coordenadora do LEER/USP)
Maria Luiza Tucci Carneiro e Mirian S. Rossi usaram de uma genuína sabedoria histórica na organização de “Índios no Brasil: vida, cultura e morte”. A obra é resultado da feliz e oportuna colaboração entre o “Instituto Hercule Florence” que tem como objetivo preservar a memória de viajantes estrangeiros no Brasil, no decorrer do Século XIX, com o trabalho do LEER que tem se dedicado ao estudo da história de violações de direitos humanos dos mais diversos grupos. A história dos povos indígenas no Brasil é uma história permeada de violações de direitos, mas é também a história da luta pela afirmação de um modo de vida diverso e singular. Ao propiciar o protagonismo de Povos indígenas por meio de suas falas e também de suas imagens o presente livro indica a forma relacional que o Estado Brasileiro deve exercer no que diz respeito aos índios. Uma relação pautada pelo respeito à autonomia e singularidade e não pela violência e tutela.
(Guilherme Assis de Almeida – Faculdade Direito/USP)