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Messalina: romance da Roma antiga

Messalina: romance da Roma antiga

Alfred Jarry
tipo livro
estado novo
capa comum
editora Iluminuras
ano de publicação 2020
categoria(s) Ficção
subcategoria(s) Literatura francesa, Romance
número de páginas 124
peso 280g
dimensões 21cm / 14cm / 1cm
R$ 42,00

descrição

Breve e cataclísmico, Messalina é uma explosão. E como tal, o zumbido desse BUM! vai ressoar em seus ouvidos muito tempo após a leitura.

“Se você perguntar sobre a veracidade dos fatos aqui narrados, primeiro saiba que, se eu não quiser, não responderei […]. Tudo o que então ouvi, anuncio com certeza e clareza”, escreveu Sêneca, no século IV a.C., em sua Apocoloquintose do Divino Cláudio, uma sátira ao imperador Cláudio (século X a.C.), marido de Messalina, aquele a quem não é permitido dormir. E questionar essa veracidade seria natural. Mas ainda melhor seria imaginar, criar, antropofagiar fatos e mitos num romance de violência e liberdade como este que nos deixou Alfred Jarry. Aqui temos em mãos a primeira tradução brasileira de Messalina, segundo romance da trilogia amor e morte, precedido por O amor absoluto e sucedido por Supermacho.

Publicado na França em 1901, Messalina abriu com um chute as portas do século XX. A escrita é alucinante, pantagruélica, modernista avant la lettre, um caleidoscópio delirante, erótico e selvagem, com um vocabulário de especificidade atordoante e uma erudição tão natural como a de um dos nossos, Oswald de Andrade. Ler Messalina é acelerar num carro conversível sem capota, múrrino à mão e dados de osso espalhados ao redor, vendo passar a toda velocidade jardins reais, circos romanos, coliseus e figueiras sagradas sob o eclipse lunar. Roma, anagrama de amor, é um borrão que passa à direita, à esquerda, ao fundo. “Eu sou toda a Cidade!”, ela sussurra em nosso ouvido. A filha da domadora, a depravada Augusta, a puta de Suburra, a cadela, a louca, a cortesã fulva, a loba, a Vênus-Imperatriz. A Messalina, nome que virou adjetivo.

Vestida em seu traje heroico — nua —, ela nos convida a confarrear com uma pluralidade vertiginosa de homens asiáticos, etíopes, soldados romanos, mímicos-prestidigitadores e a adentrar um lupanar de Suburra, no submundo da cidade do adultério. Os sentidos das frases soam múltiplos, plurais — e o são. A gente pede pra ir mais devagar, mas a escrita não para, não desacelera. A compreensão só pode ser cumulativa, intuitiva, sensória. As imagens em borrão voltarão de assalto para te atormentar e incitar, como flashbacks de uma viagem que fará os menos aventureiros questionarem a veracidade destes ditos fatos.

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