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Mínimo tratado da paixão
descrição
Para ler Ibriela você precisa aprender a sangrar… sangrar e pulsar na mesma velocidade. Para se manter à beira da borda, já que todos caem…
Você também tem de aprender a ser floresta, perceber a “crescença” das coisas, e não ser apenas o animal que só sabe se aproximar com zoom. Aqui, há antropofagia lícita, cuidado! E se não podes ver o absoluto no trivial, não entre.
Ela te mantém em fluxos de revolta e poiesis que irrigam os capilares da Paixão.
Essa sua paixão por corpo, por luta, por substâncias brutas tornadas sensíveis, para não deixar quebrar a porcelana das coisas invisíveis.
Os poemas possuem um veneno secreto e doce, que só arde ao chegar nos capilares sanguíneos mais sutis: nossa pele, nossa retina, nas palavras espinhos que só ela sabe escutar, e assim o poema cumpre sua tarefa de curto-circuito.
Ler o Mínimo Tratado da Paixão é uma gloriosa angústia, dessas iras que agem como uma Harmonia Oculta e nos libertam de algo que pesa. É a transmutação da indignação em poema, da fúria-mulher em poeta assombrada com a beleza e o horror do mundo. Ela aguça a nossa percepção para a alquimia das trivialidades e revoluções cotidianas, o vermelho da vida, que nos chegam como eventos simbólicos.