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O Lustre
descrição
O lustre É das obras mais difíceis de Clarice. A narrativa é claustrofóbica, com a ação ocorrendo mais na mente dos personagens do que no mundo externo. Teve recepção crítica morna, o que entristeceu a autora. O posfácio é de Parul Sehgal, crítica literária do New York Times.
Em O lustre a sensação de inquietude é ainda mais intensa. Trafega-se, a maior parte do tempo, pelo mundo interior da protagonista, Virgínia, desde sua infância numa fazendola em um remoto vilarejo do interior até a vida adulta numa cidade grande e solitária. Clarice não permite ao leitor jamais ter completo acesso ao que se passa do lado de fora — a não ser na crua e, talvez, surpreendente cena final. No universo subjetivo da escritora, a única clareza está nos sentimentos. Virgínia ama seu irmão, Daniel, sua alma gêmea, seu senhor. Virgínia ama seu amante, Vicente, a quem conhece tão pouco… A história é contada como num jogo de luzes e sombras, cada parágrafo permitindo apenas antever, de relance, a força sufocante de tanto amor.