"Angela R. Sulsbach, autora de "O tempo antigo nos faxinais do Tigre", é uma historiadora primorosa, visitada por Clio. Com os artefatos da teoria e método formula o problema de pesquisa, sob o qual debraça-se com afinco. O livro é testemunho. Estamos diante de uma obra profunda, bem construída, com relevância acadêmica e social. Ganha a comunidade de Guatambu, por essa feliz visita de Clio. Ultrapassando as fronteiras teórico metodológicas, Angela aborda história local/regional, construída por meio de longas e profundas entrevistas. Ouviu balseiros, extratores de madeira, agricultores, caboclos e colonos. As mulheres são coadjuvantes dessa cartografia do Faxinal do Tigre. Traz a experiência de homens e mulheres. Seu estudo consegue revivescer os "tempos antigos", também chamados de "tempos d'antes.

As novas gerações presenteia o "tempo perdido", isto é, rompido com a colonização, apresentando como o modo de vida da população local, no antigo Faxinal do Tigre ocorria. Em seu livro, merece destaque as dimensões material e imaterial. Falar da dimensão material importa a terra, as madeiras transportadas e o "pão" de cada dia. O imaterial se expressa no simbolismo e valores presentes nas narrativas de outrora, como as práticas terapêuticas, na ausência de médicos, as práticas religiosas, crenças e posição num mundo em ebulição, também reflexos do processo de colonização. O livro é um presente ao Faxinal do Tigre e a Guatambu."

– Arlene Renk