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Por uma outra globalização: do pensamento único à consciência universal
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Agora em nova edição, com prefácio de Itamar Vieira Júnior, Por uma outra globalização trata da globalização como fábula e como perversidade.
Por uma outra globalização se propõe a ser uma reflexão independente sobre o nosso tempo, sobre os seus fundamentos materiais e políticos, e uma vontade de explicar os problemas e dores do mundo atual. Mas, apesar das dificuldades da era presente, quer também ser uma mensagem portadora de razões objetivas para prosseguir vivendo e lutando.
Deixando de lado as “listagens copiosas de citações” que em geral caracterizam livros que se propõem a estudar as questões da sociedade, Milton Santos direciona este livro ao leitor comum, que dispensa a obrigação cerimonial das referências.
A atualidade do livro, publicado pela primeira vez em 2000, se faz presente a todo momento. Um exemplo extraído da introdução do autor:
“A ênfase central vem da convicção do papel da ideologia na produção, disseminação, reprodução e manutenção da globalização atual. Esse papel é, também, uma novidade do nosso tempo. Daí a necessidade de analisar seus princípios fundamentais, apontando suas linhas de fraqueza e de força. Nossa insistência sobre o papel da ideologia deriva da nossa convicção de que, diante dos mesmos materiais atualmente existentes, tanto é possível continuar a fazer do planeta um inferno, conforme no Brasil estamos assistindo, como também é viável realizar o seu contrário. Daí a relevância da política, isto é, da arte de pensar as mudanças e de criar as condições para torná-las efetivas. Aliás, as transformações que a história ultimamente vem mostrando permitem entrever a emergência de situações mais promissoras. Podem objetar-nos que a nossa crença na mudança do homem é injustificada. E se o que estiver mudando for o mundo?”
Para Milton Santos, a mudança histórica provirá de um movimento de baixo para cima, tendo como atores principais os países subdesenvolvidos e não os países ricos; os deserdados e os pobres e não os opulentos; o indivíduo liberado, partícipe das novas massas e não o homem acorrentado; o pensamento livre e não o discurso único. A globalização atual não será irreversível e a história universal está apenas começando.