"Mesmo que o céu esteja desabando, sei que vamos estar sãos e salvos."

Esse trecho da música tema da obra de estreia de Carolina Ponzi, que tive o prazer de ler em primeira mão não poderia ilustrar melhor o relato que ela nos entrega de maneira despretensiosa e com maestria.

Sã e salva é uma narrativa daquelas que temos a impressão que a autora nos pega pela mão e, de maneira muito sensível e sagaz, nos conduz pelos trilhos do texto, proporcionando uma verdadeira imersão nos cenários, nos contextos e vivências que estruturam a obra. Isso porque o modo claro e objetivo, por vezes cirúrgico, como Carolina descreve as situações – que são reais, diga-se de passagem – estabelecem no leitor não apenas uma profunda conexão com aquilo que é contado, como também favorecem uma sólida reflexão acerca do universo dos fatos apresentados. É neste contexto que se reconhece a grandiosa função social da obra a partir da abrangente dimensão humana que se vislumbra em cada página.

Em Sã e salva, Carolina abre o coração e nos entrega com muita sinceridade, carinho e abnegação, uma fatia de sua história. Não há apenas o intuito de compartilhar memórias, mas também de informar, esclarecer e verdadeiramente mostrar a realidade e os impactos da pandemia de COVID-19 do outro lado, na linha de frente do combate ao Coronavírus, e as consequências repercutidas em sua vida pessoal e profissional.

Por fim, é indispensável dizer que, ao ler a obra, tive a nítida impressão de que passei algumas horas ouvindo uma grande e querida amiga abrir o coração e me contar aquilo que era necessário ser dito enquanto tomávamos um chá, sentados ao redor de uma mesinha de ferro, sob a sombra de uma árvore, cercados por amplo jardim. De maneira ou de outra, mesmo sob os escombros causados pela pandemia de COVID-19, a vida há de sorrir, ainda há esperança. o sol sempre vai brilhar e uma nova manhã começa todos os dias.

Sã e salva é sobre isso.