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Vicente Morelatto: histórias de um autor e seu livro
descrição
Vicente Morelatto nascido na cidade de Estrela no Rio Grande do Sul, nasceu em 1928 e viveu em Santa Catarina, na linha Bento Gonçalves, comunidade rural de Chapecó, hoje pertencente ao município de Cordilheira Alta.
Foi professor primário e escreveu um poema em sextilhas ao modo da poesia de cordel. O objeto de seu poema: o trágico linchamento de quatro pessoas, ocorrido em outubro de 1950, na então pequena cidade interiorana de Chapecó. O poema História do incêndio da igreja de Chapecó e o linchamento de quatro presos foi publicado no formato de um livreto impresso um pouco antes de seu falecimento em 9 de março de 1954. O jovem professor e poeta partiu cedo, antes de completar 26 anos, mas dedicou parte de sua vida em favor da corajosa poesia.
Ao ensaiar uma biografia não apenas de Vicente Morelatto, mas também a biografia de seu livro, Fernando Vojniak discute teorias e metodologias da história, da biografia e da história dos livros, sem deixar de debater a complexidade e os paradoxos impostos àqueles que se dedicam a escrever histórias de autor e obra, criador e criatura. Por isso os leitores também encontrarão aqui uma história da pesquisa e dos encontros de Vojniak com essa complexidade e com esses paradoxos da escrita da história, cujo resultado final constitui ele próprio um conjunto de histórias de um pesquisador e suas pesquisas, de um autor e seu livro, este último apresentado na forma de um biografema.
O lançamento em formato virtual de Vicente Morelatto: histórias de um autor e seu livro, de Fernando Vojniak, da Editora Humana, aconteceu no dia 9 de março. Clique aqui para assistir o registro da transmissão.
Este título compõe a coleção Biografemas da Editora Humana e foi contemplado com recursos do Edital Elisabete Anderle de Incentivo à Cultura do Governo do Estado de Santa Catarina.
Sobre o autor
Fernando Vojniak é Doutor em História pela UFSC e Professor Associado da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), Campus Chapecó. É autor de O império das primeiras letras (Appris, 2019) e organizador das coletâneas História e linguagens: memoria e política (Paco, 2015) e Cultura escrita no Sul do Brasil: estudos de história intelectual e das correspondências (Argos, 2021), esta última em parceria com Ricardo Machado.
Sobre a Coleção Biografemas
A grafia de uma vida é necessariamente o movimento desta vida. Biografemar é reconhecer na própria escrita a impossibilidade do todo, recusando a ilusão biográfica, escapando dos códigos e conexões lineares do gênero biográfico. Significa caminhar na direção do outro sabendo que não há como seguir pegadas de uma vida, sem deixar suas próprias marcas. Inspirado no conceito de biografema forjado por Roland Barthes, a coleção apresenta breves ensaios biográficos a respeito de artistas, cientistas, filósofos, educadores que, por algum motivo, hoje se encontram esquecidos ou afastados do cânone artístico e intelectual. Interessa-nos tomar a vida como um percurso que conecta a produção artística e intelectual de uma época, experiências daqueles viveram e/ou produziram à margem do seu próprio tempo ou em deliberado confronto com os cânones estabelecidos.