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Viver uma vida feminista
descrição
Mais do que um livro sobre feminismo, Viver uma vida feminista é um livro sobre as feministas: como elas são, como vivem e o que significa, na prática, ser feminista. A escritora e acadêmica anglo-australiana Sara Ahmed delineia os princípios de uma teoria encarnada, ancorada em suas vivências pessoais como feminista em diferentes esferas do cotidiano – no meio acadêmico, como professora; na família, como filha; na vida afetiva, como lésbica.
Neste compêndio teórico de reflexões sobre experiências pessoais de injustiça, que ressalta os sentimentos de raiva, frustração e revolta dela decorrentes, a autora descreve como as feministas são alienadas dos meios que frequentam quando são percebidas como um incômodo, destacando que apontar a existência de uma situação de injustiça já constitui, em si, um incômodo para aqueles que se encontram em posições de poder.
O livro também pode ser lido como uma coletânea de crônicas protagonizadas pela “feminista estraga-prazeres”, figura que Ahmed começa a desenvolver em outras obras e, sobretudo, em seu blog pessoal, feministkilljoys.com, mas que ganha uma apresentação mais sistemática neste livro. Aqui, com frequência é a própria Ahmed que assume o papel da feminista estraga-prazeres, mas ela também traz relatos de colegas e toma sempre o cuidado de descrever episódios de sua vida pessoal de modo a convidar outras feministas a refletirem sobre suas próprias vidas, estimulando-as a reconhecer o que há de comum entre suas experiências “estraga-prazeres” pessoais e as da autora. O objetivo dessas identificações cruzadas é criar um repositório comum de estratégias para resistir às manifestações estruturais – institucionais e cotidianas – do sexismo, do racismo e de outras formas de marginalização.
Nem puramente teórica nem puramente autobiográfico, esta obra eclética é um manifesto que convoca todas as feministas – sobretudo as que são alvo de violência interseccional – a combater, com criatividade e fôlego, as injustiças encontradas no dia a dia, e a construir um mundo mais habitável, uma vida mais feminista.
O texto encerra com um “kit de sobrevivência estraga-prazeres”, uma espécie de manual de ferramentas para construir uma vida feminista sustentável – menos sofrida, mais confiante –, seguido de um “manifesto estraga-prazeres”, uma lista de princípios de arrematam pontos apresentados anteriormente de forma mais sucinta e com tom mais abertamente político e propositivo.