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Lélia Gonzalez: rebeldias epistêmicas
descrição
"Lélia Gonzalez: rebeldias epistêmicas trata-se de um olhar jovem que encontra no passado recente e na ação dos que vieram antes os passos para uma das grandes conquistas do movimento negro contemporâneo: o reconhecimento do racismo e desvelamento da branquitude. Isso é feito perseguindo de forma muito sensível e comprometida detalhes, trajetórias, encontros, percepções que impactaram a vida de Lélia Gonzalez como intelectual, ativista do movimento social negro, mulher negra, vanguarda no tema da interseccionalidade gênero e raça." – Trecho do prefácio de Claudete Gomes Soares
Intérprete do Brasil, professora, escritora, socióloga, historiadora e antropóloga. Rebelde e indisciplinada, tecelā de histórias amefricanas, intelectual da diáspora e militante do Movimento Negro Unificado (MNU). Nascida em Belo Horizonte, décima sétima filha do casal Urcinda Serafim de Almeida, que possuía ascendência indígena, e Acácio Joaquim de Almeida, um ferroviário negro. Ao migrarem para o Rio de Janeiro em busca de melhores condições de vida, Lélia Gonzalez pôde acessar o ensino formal em um contexto em que a inclusão de pessoas negras era exceção. Na idade adulta, a partir das diferenciações sociais que o racismo provocou, Lélia começa a refletir especialmente na figura da mulher negra marcada pela intersecção entre o racismo e o sexismo no contexto brasileiro.
Este título compõe a coleção Biografemas da Editora Humana.
Sobre a Coleção Biografemas
A grafia de uma vida é necessariamente o movimento desta vida. Biografemar é reconhecer na própria escrita a impossibilidade do todo, recusando a ilusão biográfica, escapando dos códigos e conexões lineares do gênero biográfico. Significa caminhar na direção do outro sabendo que não há como seguir pegadas de uma vida, sem deixar suas próprias marcas. Inspirado no conceito de biografema forjado por Roland Barthes, a coleção apresenta breves ensaios biográficos a respeito de artistas, cientistas, filósofos, educadores que, por algum motivo, hoje se encontram esquecidos ou afastados do cânone artístico e intelectual. Interessa-nos tomar a vida como um percurso que conecta a produção artística e intelectual de uma época, experiências daqueles viveram e/ou produziram à margem do seu próprio tempo ou em deliberado confronto com os cânones estabelecidos.