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O Poço de Babel / Il Pozzo Di Babele
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Publicado pela primeira vez na revista Tempo Presente em novembro de 1966. Giorgio Agamben, em tal mergulho no poço babélico, faz, ao mesmo tempo, duas coisas, como bem ressalta Raul Antelo no prefácio: "Evoca a verticalidade secreta que a linguagem mantém com a morte, tal como já havia sido apontado por Foucault, e que seria, aliás, tema de seu livro de 1982, "A linguagem e a morte". Um seminário sobre o lugar da negatividade; mas, implicitamente, ele também inverte a ideia, ainda vaga, da biblioteca total borgeana, transformando-a num pântano fatal. Mostra assim que, no que diz respeito às relações entre natureza e cultura, o pensamento de Agamben precede, mas também excede, a virada linguística da French Theory".
Davi Pessoa, por sua vez, tradutor que assina o posfácio, aponta que em “O poço de Babel” Agamben não apenas ressalta, mas também aprofunda a ambivalência destacada por Antelo: “O momento em que essa experiência paradoxal da literatura chega ao seu ponto morto é a obra de Artaud. O que com ele chega ao declínio é o homem-caneta, o quarto ser humano de que fala Gottfried Benn em seu ensaio sobre Nietzsche, o ser humano que perdeu seu conteúdo e que não vive senão para os princípios de forma e expressão: a própria forma pega fogo, consumida por uma impaciência que assume para si todas as contradições da literatura”.
O ensaio, escrito por Agamben com apenas 24 anos de idade, e jamais publicado em livro, lança uma série de questões que serão desenvolvidas nos anos seguintes. O livro é um convite ao leitor a lançar-se no vórtice da linguagem.